quarta-feira, abril 25, 2007

"Eles não sabem que o sonho é uma constante da vida tão concreta e definida como outra coisa qualquer" - António Gedeão




Posted by PicasaLisboa - 25 de Abril de 2007 - comemoração da Revolução dos Cravos

Prefácio de Abril

Há palavras
que gemem
antes de
nos chegarem
às mãos.

Férteis
à espera
dos dedos
que as encham.

São como
Uma brisa de sons
Num apeadeiro,
A ganhar terreno.

Depois despertam
E abrem as asas,
Aninhadas na liberdade
De se fazerem ouvir.

Para sempre.

Poema publicado por cferreirapedro in http://papoilasdoces.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_04.html

segunda-feira, abril 23, 2007

Livros, fontes de sabedoria

Braga - Abril 2007
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sexta-feira, abril 20, 2007

quinta-feira, abril 19, 2007

quarta-feira, abril 18, 2007

Rasgando as trevas



Posted by PicasaPaço dos Duques de Bragança
Guimarães - Abril 2007

terça-feira, abril 17, 2007

O Português que se inventou a si próprio

D. Afonso Henriques

Posted by PicasaPaço dos Duques de Bragança
Guimarães - Abril 2007

quinta-feira, abril 12, 2007

Nesnesitelná lehkost bytí - 3

"Há vários anos que ando a pensar em Tomas…
Conhecera Tereza mais ou menos há três semanas numa cidadezinha da Boémia. Só tinham passado pouco mais de uma hora juntos…Dez dias mais tarde, veio vê-lo a Praga. Fizeram amor logo no próprio dia da sua chegada. Durante a noite, Tereza ficou cheia de febre e passou uma semana inteira com gripe em casa dele…depois de curada, voltou para a cidade onde morava… E é aqui que se situa...a chave da vida de Tomas: está de pé à janela a olhar fixamente para o prédio em frente do outro lado do pátio, e reflecte:
Deve-lhe propor que venha instalar-se em Praga? É uma responsabilidade que o apavora. Se a convida agora a vir passar uns dias a sua casa, ela virá imediatamente oferecer-lhe a vida inteira.
Ou deve renunciar?"

Milan Kundera

quarta-feira, abril 11, 2007

Nesnesitelná lehkost bytí - 2

"O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também, ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra…torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
Que escolher, então? O peso ou a leveza?"

Milan Kundera

terça-feira, abril 10, 2007

Nesnesitelná lehkost bytí - 2

"No mundo do eterno retorno, todos os gestos têm o peso de uma insustentável responsabilidade. Era o que fazia Nietzche dizer que a ideia do eterno retorno é 'das schwerste Gewicht'.
Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar-se em toda a sua esplendida leveza.
Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?"

Milan Kundera

Nesnesitelná lehkost bytí -1

“…a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não nos aparecem como é costume porque nos aparecem sem a circunstância atenuante da sua fugacidade. Essa circunstância atenuante impede-nos, com efeito, de pronunciar um veredicto. Poderá condenar-se o que é efémero? As nuvens alaranjadas do poente iluminam tudo com o encanto da nostalgia; mesmo a guilhotina.”

“…deixa entrever a profunda perversão inerente a um mundo fundado essencialmente sobre a inexistência de retorno, porque nesse mundo tudo se encontra previamente perdoado e tudo é, portanto, cinicamente permitido.”

Milan Kundera

terça-feira, abril 03, 2007

O Labirinto do Fauno


Espanha, meados da década de quarenta do século passado, em pleno regime fascista de Franco onde impera a lei do terror e todos os bens essenciais são racionados para melhor controlar o povo. Nas montanhas de Navarra, um grupo de rebeldes resiste heroicamente a este regime, personificado no filme pela figura de Vidal, um capitão de uma inefável e indelével crueldade. As cenas mórbidas que ele protagoniza são dignas de um filme de terror (muitas vezes me lembrei de Hostel).
Paralelamente a esta história real e de uma violência atroz, desenrola-se uma outra, diametralmente oposta: um conto de fadas, protagonizado por Ofélia, enteada deste capitão de “faca e alguidar” que, aquando da sua viagem para Navarra na companhia da sua mãe grávida encontra uma espécie de “louva a deus” que ela acredita ser uma fada e que mais tarde lhe mostra o Labirinto do Fauno, a porta que se abre ao fantástico para esta menina que gosta de ler contos de fadas. O Fauno, uma criatura do mundo das fadas conta-lhe que ela é uma princesa que, devido à sua imensa curiosidade pelo mundo dos humanos, tinha saído do seu mundo original e agora só poderia regressar se cumprisse, com êxito e antes da lua cheia, três tarefas.
O fio condutor destas duas histórias, a forma, atrever-me-ia a dizer, genial como Guillermo del Toro consegue ligar as duas histórias é surpreendente e cativante. O espectador fica preso à tela por uma multiplicidade de sentimentos que é convidado a experimentar a todo o momento. Um filme que vale a pena ver.