Ontem recomecei a ler o livro de V.S. Naipaul, A Bend in the River depois de o ter deixado a meio há anos. Recomecei ontem à noite, depois de ter lido uma crónica no blogda-se.blogspot. Mas como detesto recomeçar a ler do meio, voltei ao início.
É uma saga no interior de África e o livro começa com Salim a fazer a viagem desde a "east coast" para o interior, precisamente a inversa que os escravos negros fizeram durante séculos. O pormenor com que Naipaul descreve esta viagem é surpreendente. Tem a capacidade de nos fazer mergulhar no interior profundo de África e sem desejo de regresso, tal como Salim Each day's drive was like an achievement; each day's achievement made it harder for me to turn back. As personagens que mais o marcam são seres misteriosos como Zabeth, uma marchande que vive junto do seu povo no mato e que vem àquela cidade, praticamente destruida, para comprar produtos e vender ao seu povo. Salim é um muslim, mas as suas raizes perdem-se no tempo. Sabe apenas que a sua família tem laços remotos com os Hindus of the north-westen India. Aliás o tempo cronológico é algo estranho à sua família. Neither my father nor my grandfather could put dates to their stories. Not because they had forgotten or were confused; the past was simply the past. Penso que Salim, ao mudar-se para o centro de África, quer afastar-se deste paradigma familiar que o deprime.
O livro começa com esta frase extrordinária The world is what it is; men who are nothing, who allow themselves to become nothing, have no place in it.
quinta-feira, setembro 28, 2006
segunda-feira, setembro 25, 2006
Hoje apetece-me terminar o dia assim...com citações
Estou aqui perante vós, não como um profeta, mas como humilde servo vosso, do povo. - Nelson Mandela, quando saiu da prisão onde esteve durante 18 longos anos
A coragem, a tenacidade, a dignidade e a magnanimidade - Kofi Annan a falar de Mandela
Queria ser livre, pelo que deitei toda aquela raiva para trás das costas - Nelson Mandela
A coragem, a tenacidade, a dignidade e a magnanimidade - Kofi Annan a falar de Mandela
Queria ser livre, pelo que deitei toda aquela raiva para trás das costas - Nelson Mandela
sábado, setembro 23, 2006
Amores Perfeitos
Hoje estive a ler o "Sol"...pois... já é sábado (a semana passa a correr). Entre artigos de política nacional e internacional, há outros artigos que me dá gozo ler, como por exemplo um de António Pedro Vasconcelos, "O Clube dos Poetas Vivos" em que ele reclama da nossa "nostalgia" por poetas mortos e da pseudo questão da "decadência da arte actual". Claro que não podemos esquecer os "ícones" do passado mas não devemos desvalorizar a poesia que se faz actualmente e contapõe O'Neil e Jorge de Sena a Ségio Godinho, Jorge Palma ou Carlos Tê (penso que poderia ter incluído muitos mais), como o Brasil de Drummond e Melo Neto tem agora Caetano e Chico Buarque (já tenho bilhete para ir ver este último no Coliseu) :) Cada época "sempre encontrou uma forma própria e quase inesperada de exprimir os seus anseios". E a propósito desta afirmação de APV, na segunda-feira, "CÊ" de Caetano Veloso vai estar já nas lojas. Um disco que traduz, segundo o artigo que vem ao lado daquele de que tenho estado a falar, a atitude do músico ao longo da sua carreira (sempre em evolução). E para aqueles que, eventualmente, pensassem que, com a idade, ele iria percorrer "terrenos menos acidentados", aqui está uma enorme surpresa (penso eu de que).
E falando agora de coisas light (ou talvez nem tanto assim, no fim de contas) o artigo de Margarida Rebelo Pinto, "Kamasutra para quê?". Realmente para quê? Porque no fim de contas (estou a repetir vocabulário) o que importa é mesmo a química (amor) entre duas pessoas, o resto vem por acréscimo e com muita imaginação.
Bem...mas na verdade eu nem queria falar em nada disto, mas sim da minha recente sementeira de amores perfeitos que (segundo a embalagem) deveria replantar passados quatro meses e já nasceram (como se pode ver na foto). Desconfio que (passadas que foram, sensivelmete, duas semanas após a sementeira) tenho de os replantar porque sinto que estão muito "apertados" naquele pequeno vaso :). Bem...também não percebo porque é que os de um vaso ainda não nasceram (só tem um ou dois) :(
quinta-feira, setembro 21, 2006
Mar Português
quarta-feira, setembro 20, 2006
segunda-feira, setembro 18, 2006
Ainda durante as férias :)
Hamlet - Shakespeare
Quinta da Regaleira - Seteais - Sintra
Quinta da Regaleira - Seteais - Sintra
Fui ver a peça representada pelo grupo de teatro Tapafuros. Apesar da abordagem tradicional, o palco era muito informal e não se resumia a um palco apenas. O público era convidado a seguir os actores por um determinado percurso da quinta (como se pode ver nas fotos).
E a propósito desta peça lembrei-me de um poema Inglês de Fernando Pessoa traduzido por José Blanc de Portugal:
Quantas - quantas sobrepostas máscaras usamos
Sobre a face de nossa alma? - e mais, quando
Se para seu bel-prazer, se a desmacaramos,
Sabe ela, sem a derradeira, sua face estar fitando?
A verdadeira máscara seu reverso não conhece;
Para fora apenas olham seus olhos mascarados;
Qual for o sentir ou consciência que comece,
Aceitar é já tê-los adormentados.
Como criança assustada de um espelho pela imagem
Crianças, almas nossas, de pensar perdido,
Outrem fingem nos seus esgares miragem,
De sua origem criando um mundo esquecido.
E quando a alma mascarada um pensamento fosse desvelar
Nem ele mesmo vai desmascarado p´ra a desmascarar.
sexta-feira, setembro 15, 2006
sexta-feira, setembro 08, 2006
O final das férias...
...momento cultural :)
Silves 2006 - Fábrica do Inglês - Os Rhythm of the Dance90 minutos de êxtase diante de dançarinos, cantores e músicos magníficos.
A Irlanda no seu esplendor.
(cheguei a perguntar-me como é que mulheres quase "esqueléticas" conseguiam ter tanta energia em cima do palco)
Impressionou-me imensamente uma das violinistas que, a solo, tocou e dançou sapateado simultaneamente.
Brilhantes.
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