quarta-feira, julho 26, 2006

A história dos agonizantes

No meio de tantas agonias, o ser humano ultrapassa-se em vãos esforços de se equilibrar. Mas lá vem uma gotinha de água que faz transbordar o copo e não há nada de positivo que se semeie e dê frutos duradouros. Resta apenas a miséria que se dilui em imagens esbatidas e sequências intermináveis de inglórias batalhas. É esta a história de uma humanidade onde os fracos são carne para canhão e os fortes se debelam em tabuleiros de xadrez longe de inóspitos cenários que vêem por binóculos, senão por telescópios.
Outra questão é a de saber qual a diferença entre a vida de um ser humano e a de outro e o peso que cada uma tem na ordem mundial. Talvez uma centena de Etíopes ocupem o mesmo espaço que um “obeso ocidental" (obeso aqui no sentido não literal). Se é assim podemos admitir que há uma proporcionalidade directa de uma centena de mortes por cada uma onde uma é qualificadamente mais importante que as cem mencionadas. Só assim se compreende que se dê tanta importância à morte de quatro pessoas que estão no terreno por livre e espontânea vontade e nem tanta assim às centenas que já pereceram. Fico chocada com o choque que algumas pessoas sentem diante desta realidade.

2 comentários:

Parrot disse...

"No meio de tantas agonias, o ser humano ultrapassa-se em vãos esforços de se equilibrar"

Sinto isto.....

Parabéns pelo post

Maite disse...

Parrot
Todos sentimos de vez em quando :(

E uma raiva imensa pela impotência diante de tantas injustiças que muitos seres humanos sofrem.