Coimbra, Fevereiro 2007
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
No Dia Internacional da Língua Materna
HORIZONTE
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa in Mensagem
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa -
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa in Mensagem
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
sábado, fevereiro 03, 2007
Em ritmo binário apoiado em redondilha maior
Moinho sem velas
Meu moinho abandonado,
meu refúgio de inocente,
meu suspiro impertinente,
meu social transtornado.
Meu sussurro de oceano
meu ressoar de caverna,
minha frígida cisterna,
minha floresta de engano.
Minha toca de selvagem,
meu antro de vagabundo,
minha torre sobre o mundo,
minha ponte de passagem.
Meu atributo coitado,
meu tanger de hora serena,
rolo de pedra morena,
silêncio petrificado
António Gedeão
Meu moinho abandonado,
meu refúgio de inocente,
meu suspiro impertinente,
meu social transtornado.
Meu sussurro de oceano
meu ressoar de caverna,
minha frígida cisterna,
minha floresta de engano.
Minha toca de selvagem,
meu antro de vagabundo,
minha torre sobre o mundo,
minha ponte de passagem.
Meu atributo coitado,
meu tanger de hora serena,
rolo de pedra morena,
silêncio petrificado
António Gedeão
Subscrever:
Mensagens (Atom)