sábado, fevereiro 03, 2007

Em ritmo binário apoiado em redondilha maior

Moinho sem velas

Meu moinho abandonado,
meu refúgio de inocente,
meu suspiro impertinente,
meu social transtornado.

Meu sussurro de oceano
meu ressoar de caverna,
minha frígida cisterna,
minha floresta de engano.

Minha toca de selvagem,
meu antro de vagabundo,
minha torre sobre o mundo,
minha ponte de passagem.

Meu atributo coitado,
meu tanger de hora serena,
rolo de pedra morena,
silêncio petrificado

António Gedeão

2 comentários:

Alberto Oliveira disse...

"silêncio petrificado"
de palavras que não digo;
cai uma pedra no lago,
não a oiço, que castigo.


Cara Maite:

Espero que não se zangue por ter roubado o silêncio petrificado ao António Gedeão para fazer a minha rima.
Tenha um óptimo resto de dia.

Maite disse...

Caro Legível

Encantada
com a sua quadra :)

Tenha uma boa boite