Este é o novo inquilino cá de casa :)
(tinha 1 mês e meio há um mês)
"Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito E a cor das flores é transparente de as velas de grandes navios Que largam do cais arrastando nas águas por sombra Os vultos ao sol daquelas árvores antigas..." Fernando Pessoa
5 comentários:
xiiiii, fui, hoje mesmo, ver a exposição (mundial) de felinos, no Pavilhão Atlântico!!!;-)))
My god, já cá tenho 3 (dois+uma) que me deixam a casa de pantanas...mas adorava ter um desses, é lindoooo...;-)
Cara Amok_she
E quando chegou aqui teve mais uma dose de felinos :) isso é perseguição :)))
Deixam completamente. As plantas já vão desaparecendo porque lhes salta literalmente para cima e elas não resistem, os sofás servem-lhe para afiar as garras (apesar de ter o arranhador) e morde e arranha (um completo diabinho) grrr. Penso que tenho de começar a ser mais firme com ele ou ainda me destrói a casa. E é só um. Não sei o que faria se fossem 3. :)
Cara Maite,
Trago-lhe o “Poema do Gato”, de António Gedeão:
Poema do gato.
Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta para trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer,
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semicerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas,
e rosna,
rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
António Gedeão, “Novos poemas póstumos” (1990).
De notar que, segundo Rómulo de Carvalho, António Gedeão “falecera” em 1983, creio que poucos dias antes da publicação do livro “Poemas póstumos”.
O “Poema do gato”, que faria parte de uma outra obra - “Novos poemas póstumos” -, viria a ser publicado alguns anos mais tarde, em 1990.
Imagino a dor que invadiu a alma do professor, pedagogo e homem da Ciência, Rómulo de Carvalho, ao tomar conhecimento, ou melhor, ao dar-nos conhecimento da “morte” do poeta António Gedeão. Creio que na altura não o considerou um heterónimo, e sim o seu próprio “eu”, mas isto sou eu a divagar.
E eu que não queria falar de mortes, mas se até no poema do gatinho ela está presente!… :(
Bonito, o seu gatinho, Maite.
Abraço e uma noite tranquila para si.
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Caro Zénite
Obrigada pelo poema :)
Abraço e uma noite tranquila para si também.
Eu tenho quatro inquilinos desses.
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