A propósito de um comentário da Amok_she, lá no blog dela, sobre a transparência.
A transparência é um valor, indiscutivelmente. E como valor que é, ou existe ou não existe e não há meio termo. Ou falando em termos cromáticos, ou é branco ou é preto e não há tonalidades. Isso não impede de revestirmos a nossa vida de matizes brilhantes (os joguinhos de sedução de que ela fala) sem nunca perdermos de vista as pedras basilares (os valores). E associada à transparência, está sem margem para dúvidas, o respeito pelos outros ou como muito bem disse o Portocroft lá no seu blog
"A forma como uns e outros olham o mundo, não é melhor nem pior. Não é mensurável nem discutível e, muito menos, catalogável. É a de cada um. E todas são válidas.
Por isso:
Se “Vê moinhos? São moinhos!”
Se “Vê gigantes ?São gigantes!” "
Este seu comentário a propósito de um poema de António Gedeão "Impressão Digital"
É excruciante viver em Portugal
Há 3 semanas
14 comentários:
Maite,
Transparências e opacidades? É o tema? ;)
Algures, aí pela blogosfera, escrevi a determinada altura: "...tenho para mim que, as transparências, na vida são, ou podem ser, das coisas mais opacas. E são um mito a que se aspira para se sentir confortável. Para sentir-se bem, quando tudo está mal, podre e prestes a desmoronar-se. Há quem invente a claridade para nao se desintegrar.
Aquele que se preocupa em ser honesto e sincero todo o tempo, nunca o será, porque a transparência torna-se-lhe um tormento. Para se ser honesto e sincero, há simplesmente que sê-lo e não viver preocupado com isso."
Continuo a pensar da mesma forma. ;)
Caro Portocroft
"Para se ser honesto e sincero, há simplesmente que sê-lo e não viver preocupado com isso."
Há, de facto, quem se preocupe com isso (em parecê-lo), mas também há aqueles que, no dia a dia, o vivem sem se preocuparem com a aparência em sê-lo. Uns vivem-no de uma forma mais "agressiva" e outros de forma mais "calma". Agora não me diga que, aqueles que o vivem de forma mais "calma", se sentem sistemáticamente agrilhoados pelo que você chama de "tormento". Meu caro, a vida ensina-nos muitas coisas, e uns captam-nas de uma maneira e outros de outra. Mas penso que todos temos a possibilidade e a habilidade de escolher posturas e mantê-las, não por "sacrifício" mas por opção.
Boa noite para si :)
Maite,
Não foi isso que quiz dizer. Aqueles que se preocupam em dar de si uma imagem de honestidade e sinceridade, sobretudo em nome das transparências, em especial de forma agressiva, raramente o são. Nem honestos, nem sinceros e muito menos transparentes. São do mais opaco que se possa imaginar. São estes que vivem agrilhoados e atormentados por esta... errr... neurose??!. ;)
Muito provavelmente aqueles, calmos, sem grandes preocupações cenográficas, são-no mais.
Minha cara maite, não entenda como uma afronta, da minha parte, a recusa em participar nesta discussão...aqui! ...longe de mim transcrever pra este espaço o q me desagradou no Murcon...assim, apenas lhe digo q uma coisa é viver-se segundo uma forma de estar q nos está colada à "pele" - do caracter, por exemplo - e q, nem se colocando outra forma de estar, isso ñ é preocupação nenhuma...é-se e pronto!
Oura coisa, bem diversa, é discorrer-se sobre o assunto. E discorrer sobre o assunto é, para alguns "sentenciadores da moral alheia", sinal de querer parecer o que se não é...como eu não pretendo, nem preciso!, andar a convencer ninguém do que quer q seja, menos ainda num espaço virtual, desligo...e desligo-me!:->
Caros Portocroft e Amok_she
Confesso que os vossos comentários me surpreenderam de forma positiva e não digo isto para vos ser favorável. Surpreenderam mesmo :)
Bom dia para os dois :)
Maite,
Muito interessante este teu post.
Ao falarmos de valores, temos de partir da noção que cada um tem sobre o bem e o mal.
A transparência é um valor, sem dúvida, no entanto, o mesmo “valor” (por exemplo a transparência) não tem o mesmo significado para todos, ou seja, não tem uma significância universal. Existe um conjunto de aspectos culturais, sociais, que influenciam a noção e o significado que temos de um determinado “valor”.
Exemplo:
Se uma pessoa que é constantemente criticada e humilhada terá a mesma noção de “tolerância” de uma pessoa que é acolhido, reconhecido e acarinhado?
Concordo quando dizes que os valores devem basear-se sempre no respeito. A esse respeito escrevi sobre a velhice lá no meu cantinho.
Beijo
Excelente tema que encontrei aqui, e não menos excelentes os comentadores, no entanto, nestas questões, sou muito terra-a-terra, e por isso, desculpem-me, mas lá vai a minha colherada, que não será diferente na substância da de outros.
Não acho que os valores, determinados valores de formação e conduta, tenham de ser moldados aos tempos.
Ou se é transparente ou não se é, ou se é honesto ou não se é. Ponto final.
Nestas questões não existem meios-termos nem moldagens aos tempos, são valores primordiais e intrínsecos.
Os jogos de sedução são outra coisa, com valores diferentes. O jogo da sedução tem valores próprios, com balizas definidas. Se é jogado por pessoas que têem os valores que se referem atrás, os contendores sabem bem, quais os caminhos e limites do jogo.
Caro Parrot
Concordo consigo principalmente quando diz que a "noção" de valor depende de aspectos culturais e sociais. Mas também penso que, de uma forma mais abrangente, a "noção" de valor deve ser universal. E lembro-me da Declaração Universal dos Direitos Humanos em que a transparência está subjante a quase, ou atrever-me-ia a dizer, a todos os direitos fundamentais e não podem ficar dependentes de diferenças culturais e muito menos sociais. Penso que os valores não são dados adquiridos, são conquistas individuais ("iniciações" pessoais) e refiro isto porque, apesar da DUDH existir, ela é sistemáticamente violada por todos aqueles que por uma qualquer razão (chamaria egoísta) ainda não fizeram esse caminho de abertura aos outros.
Caro Portocroft
Concordo consigo quando diz que a transparência não se compadece com preocupações cenográficas, aliás até acho que são incompatíveis. Mas deixe-me pegar num ponto lá mais atrás "Há quem invente a claridade para nao se desintegrar" e acho muito bem, é preferível inventar a claridade que a obscuridade;)
Cara Amok_she
Espero que esse "desligo-me" não signifique que não volte cá ou que eu não possa ir ao seu cantinho :(
Caro PiresF
O tema deste post tem dois responsáveis, o Portocroft e a Amok_she. A eles se deve a excelência do tema.
O que diz no seu comentário, subscrevo em absoluto.
Claro q ñ minha cara, claro q ñ...como se vê!...o q quis dizer foi q já ñ tenho pachorra para (pseudo)discussões onde imperam os juizos de valor baseados em moralidades bacocas q depois me levam a disparar as tais agressividades q os juizes ñ gostam de ouvir/ler...e q fique tb claro q ñ estou a largar postas de pescada pró ar, do tipo indirecta e apanhe quem quiser!, pq estas questões ñ se colocam apenas neste mundinho virtual ...todos os dias me debato com isto e juizes da moral alheia é o q pr'ai há mais...por isso me basta saber quem e o que sou...ñ preciso de cenários pela simples razão de q ñ preciso conquistar nada, nem ninguém...estou com'os malucos: posso dizer o q quiser e me apetecer e quem ñ gosta, bahhhhhh...pq os tais valores é q me norteiam e ñ as modas do momento...é claro q a liberdade - de se tentar ser inteiro e transparente - tem o seu preço: ñ se ganham muitos pontos nessa moda do amiguismo ...fica apenas(?) a amizade...é qt me basta!
...mas a transparência ñ é nada de tão linear assim...ninguém é absolutamente transparente, só os simples!, pq em consciência isso é inviável, impossível...
Cara Amok_she
Ainda bem que eu entendi mal o seu "desligo-me" :)
Esclarecendo as coisas, mesmo que pareçam muito simples e não ficando a remoê-las cá dentro, parece-me a melhor atitude a tomar. Por isso eu gosto sempre de tudo "bem explicadinho" ;)
E logo replico a esse seu último parágrafo :)
Vou aqui fazer uma errata ao meu comentário de ontem das 8.45PM. Onde se lê subjante deve ler-se subjacente, obviamente.
Eh lá!!!! o site do meu post do dia 15 de Janeiro já está outra vez disponível :)))
Enviar um comentário