A ideia de que as experiências pré-matrimoniais são fundamentais para que um casamento não seja um tiro no escuro está tão enraizada na nossa sociedade (desde os “dourados” anos 60), que nos parece absurdo pô-la em questão. Mas o facto é que os casamentos que se consumaram através destes “pequenos passos” são os mais vulneráveis e que mais frequentemente acabam em divórcio. Então como explicar este fenómeno?! (pergunta-se José António Saraiva) e responde usando um caso concreto “…estas duas pessoas chegaram ao casamento através de pequenos passos. Não foram confrontados com nenhuma grande decisão. As coisas foram acontecendo. Um dia, porém, um dos membros do casal pensou:'É com esta pessoa que eu vou viver toda a vida? É isso que eu quero?’ Aí começaram os problemas. E daí à separação foi um pulo”.
Nos casamentos tradicionais há um momento de ruptura total com a vida anterior e isso corresponde a um compromisso maior (e a tal dúvida que um dos membros se coloca depois do casamento aparece aqui antes do casamento) o que explica, em parte, a menor percentagem de divórcios neste tipo de casamentos.
“A sociedade alimenta-se de heróis mas faz-se de pessoas comuns. E aí a observação diz-nos que crescer e viver numa família ‘normal’ ainda é a melhor forma de sobreviver na selva humana e de betão que a nossa civilização inventou” escreve José António Saraiva.
sábado, maio 26, 2007
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