sexta-feira, julho 18, 2008

Por estes dias tenho estado por aqui :)


Comecei a ler o livro da Margarida (o Memorial do Convento ficou a meio, fica para depois, é preciso dar descanso a Baltazar e Blimunda). Comecei ontem à tarde, sentada ali no meio do pátio à sombra de um amieiro que tem quase a minha idade. Ele cresceu muito, mais do que eu :) . Enquanto lia, um assobio seguido de um bater de bico que mais parecia um ranger de dentes fez-se ouvir. Ao princípio não liguei, já que a minha atenção estava virada para a leitura. Era um som que parecia vir de longe e se misturava com outros sons de outras aves neste fim de tarde. Levantei os olhos do livro e por momento fiquei a ouvi-los. Distingui vários, mas só consegui associar alguns aos respectivos autores. Isto de ouvir a natureza e compreendê-la é um acto muito complicado. De entre todos os sons, fixei o meu ouvido naquele som estranho tentando segui-lo com o olhar por entre os carvalhos. Em vão. Ouvia o seu canto e sentia que ele voava de árvore em árvore, umas vezes aproximando-se, outras afastando-se. Mas vê-lo, foi algo que não consegui. Entretanto, pensava como seria o pássaro, pequeno?! grande?! de que cor seria?! Fui aos confins da memória e lembrei-me das várias aves que povoavam o céu nessa altura mas nenhuma parecia ter aquele canto. Depois, desapareceu ou ficou em silêncio. Amanhã, à mesma hora, debaixo do mesmo amieiro vou estar atenta para descobrir o autor de tão estranho canto :)

11 comentários:

náufrago do tempo e lugar disse...

Cara Maite

Pelo perfil, parece-me um melro, ou, talvez, uma melra (ou mélroa). Se for macho, tem o bico amarelo e um belo canto, semelhante ao do rouxinol. Creio que a fêmea não canta. Ou será que canta, e nesse caso o seu canto tem as características que referiu?

Se quiser tentar descobrir se algum destes cantos é semelhante ao que ouviu, aqui lhe deixo um site da especialidade. Só que a Maite terá de fazer a tradução para saber se o pássaro é conhecido no nosso País. :)

Ei-lo:

http://www.10x50.com/sounds.htm

A propósito dos livros de MRP. Sabe que ela tem um blogue no jornal Sol? Comentei alguns dos seus textos antes de meados de Junho (como Zénite). Confesso que não li nenhum dos seus livros, muito embora haja aqui por casa uns 3 ou 4. :))

Um abraço e uma boa noite para si.

Maite disse...

Caro Zénite

Um melro?! uma melra??!! com um canto assim?!!! :) bolas!
Eu também tenho a ideia que eles têm um belo canto. Além disso também me pareceu um melro, depois achei que não era porque não tinha o bico amarelo. Mas também sei que as fêmeas não têm o bico amarelo. Será que cantam assim, as fêmeas?! que horror!!! :))

Vou passar pelo site. :) já viu? só me dá trabalho? :)
Imagine que ontem estava tão cansada à noite que adormeci logo e nem a Lua cheia e Jupiter vi. E também não investiguei a Estrela Polar. Fica para outra ocasião. :)

Sei que ela tem um blog no Sol mas que raramento leio porque como, habitualmente, compro o Sol (impresso)leio também as crónicas que ela lá publica.

Eu já li dois livros dela. Este e Sei lá. e sempre penso que são livros escritos para mulheres :). Eu gosto de a ler.

Um abraço e uma boa tarde de domingo para si.

Maite disse...

Caro Peregrino

Acabei de passar pelo site dos cantos das aves. Ouvi o do melro. Pois...era esse canto que imaginava :) Vou passando por lá para ouvir outros. :)

Já agora, quando passar por aqui fazia-me o favor de me dizer se consegue ouvir o tango dos Gotan Project todo? É que eu só consigo ouvir uns 30 segundos depois pára. Há qualquer coisa que eu devo ter feito mal quando o adicionei ao blog

Uma boa tarde para si

náufrago do tempo e lugar disse...

Cara Maite,

Penso que o "embed" constante desta Url resolverá o problema:


http://www.imeem.com/worldurbn/music/xlKBN2xt/gotan_project_santa_maria_del_buen_ayre/

___

Quanto falo de melros, vem-me sempre à mente o poema " O Melro", da obra "A Velhice do padre Eterno", do nosso ilustre Guerra Junqueiro.
Para não abusar do espaço, deixo somente a primeira estrofe:

I
O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar d´entre o arvoredo
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
O melro d´entre a horta
Dizia-lhe: Bons dias!
E o velho padre-cura
Não gostava daquelas cortesias.



Um abraço e uma boa noite para si.

Maite disse...

Caro Peregrino

Obrigada.
Quando tiver um tempinho vou ver se arranjo o "som". Sim! porque eu preciso de calma para fazer essa operação :)

Não seria nenhum abuso de espaço até porque já me tinha lembrado dele e pensei postá-lo mas o Peregrino antecipou-se :)

Apesar de tudo é um poema de uma candura enternecedora :)

Obrigada mais uma vez e uma boa noite para si

Maite disse...

Caro Peregrino

Acabei de substituir o "embed" pelo que deixou aqui no comment e continua tudo na mesma :(

Vou continuar a tentar. Penso que seja mesmo de raiz. Vou eliminar e voltar a colocar.

Uma boa noite para si

Maite disse...

Foi mesmo de raiz. Eliminei e coloquei-a de novo. Eu consigo ouvi-la, espero que os meus visitantes também :)

náufrago do tempo e lugar disse...

Cara Maite,

Continuo a ouvir, tal como antes, ou seja, durante somente 30 segundos, quando é certo que o tango constante do "embed" retirado do site

http://www.imeem.com/worldurbn/music/xlKBN2xt/gotan_project_santa_maria_del_buen_ayre/

tem a duração de 5 minutos e 58 segundos.

Para ver como se comporta, acabo de colocar o dito "embed" no meu blogue (Peregrino). Apagá-lo-ei mais tarde, para que a Maite tenha oportunidade de ver e ouvir, se assim o entender.

Enternecedor, "O Melro".

Abraço.

P.S.: a música que toca será a da página daquele site (com o mesmo nº de visitas, claro)

Maite disse...

Caro Peregrino

Tem razão. Só no dia em que a coloco é que se ouve toda. :(
Quer isto dizer que há algo que faço mal quando a coloco no blog mas, infelizmente, não sei o que é :(

Olhe que no meu CD, que tenho aqui mesmo ao meu lado, diz que tem duração de 5.57 :)

Obrigada. Ouvirei sim se o deixar até logo à tarde que é quando tenho mais tempo. (gosto de a ouvir, como se deve notar muito) :)

Decidi ler esta obra de Guerra Junqueiro (na integra, digo) ainda durante este verão.

Um abraço e um bom dia para si

náufrago do tempo e lugar disse...

Cara Maite

Não entendo a razão por que, ao colocar o "embed" do referido site, lhe é devolvida sempre a mesma música, a que tem a duração de meio minuto.
Creio que o coloca no "template", mas será que, se o colocar num post, o problema persistirá? Aconselho-a a fazer esta experiência: colocar o referido “embed” num post, como qualquer outro, como abri ontem no Peregrinação. Creio que dará certo . :) Embora creia que, mesmo colocando o dito “embed” no “template”, o resultado deveria ser o mesmo.

Quanto à obra "A Velhice do Padre Eterno", considero uma boa opção lê-la/relê-la este Verão. E porque do título consta o termo “velhice”, informo-a de que tenho à minha frente uma edição da obra, já velhinha, porquanto é de 1967, da Lello & Irmão, muito embora a tenha adquirido muito mais tarde. :)

Uma boa tarde e um bom fim-de-semana para si.

Maite disse...

Caro Peregrino

Obrigada pela sugestão. Talvez seja essa a forma de contornar a problema mas, se não ficar chateado comigo, vou fazer isso depois.

A sério? mas isso é uma preciosidade. Tem, deixe cá contar,... quarenta e um anos :)

Um bom final de tarde para si